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Em 03 passos: Como cheguei ao meu “SIM” em produto

By Thiago Vieira
March 23, 2022
6 min read
Em 03 passos: Como cheguei ao meu “SIM” em produto

Saudações!

Estou inaugurando meu espaço aqui no nosso querido blog do admina! Permitam-me um breve contexto para que possamos nos conhecer melhor.

Puxa uma cadeira confortável e sua bebida favorita e vamos nessa, sem enrolação!

Bom, no auge dos meus 32 anos decidi fazer minha segunda migração de carreira. Primeiro, deixei o jornalismo (minha primeira graduação) pelo direito (minha segunda graduação), especificamente, a advocacia. Porém, desde 2019, uma série de fatores me levaram a repensar toda minha visão profissional e isso me trouxe nesta jornada para a área de Produto.

No começo, apenas o ímpeto de mudar por uma série de insatisfações - pessoais, emocionais, regionais e, obviamente, financeira. E este movimento foi acelerado pela pandemia. Felizmente, uma conjunção de fatores, sobretudo o trabalho remoto, permitiram que eu conseguisse minha primeira experiência numa lawtech em scale-up. Calma, se essas palavras em inglês não fizerem sentido, agora, tá tudo bem. Basicamente é uma empresa que aplica tecnologia na área jurídica e está crescendo rapidamente. Fez mais sentido? Ótimo!

Foi nesta empresa, o Jusbrasil, que tive o primeiro contato com a área de Produto e foi amor à primeira vista. Diferente de muitos, foi um “namoro” bem realista, sem aquela paixonite de adolescentes e o falso glamour propagado no mercado em geral. Por quê? Porque eu estava alocado num squad e conhecia a realidade do dia a dia, além de conversar com vários PMs de outros times.

Após tentar uma transição interna que não deu certo - isso aqui é papo para outro artigo, talvez. -, acabei me jogando de cabeça na migração. Neste momento, já havia feito alguns cursos na área e já tinha tido algumas experiências práticas.

Neste artigo, minha intenção é compartilhar com vocês três lições que me ajudaram a chegar no meu primeiro “sim” na área de Produto.

Espero que ajude vocês que ainda estão na jornada de migração!

1. Seu currículo e Linkedin são seus primeiros MVPs

Quando decidi realmente me colocar como Product Manager no mercado, percebi duas coisas: a primeira delas é que, por ter passado muito tempo empreendendo, tanto meu currículo quanto meu Linkedin estavam muito defasados e não refletiam toda minha evolução nos últimos anos. Não só isso, mas eu não entendia bulhufas dos processos seletivos atuais, suas ferramentas (alô Gupy/Kenoby), headhunting e todas essas questões. Estamos falando de outubro do ano passado, 2021. Felizmente, a curva de aprendizado é bem rápida e, embora não tão amigáveis, essas ferramentas facilitam o preenchimento dos dados repetidamente - não digo que elas facilitam o processo seletivo, frisem isto!

A segunda coisa que percebi foi o quão dinâmico você precisa ser com relação a atualização. Hoje, é muito fácil você fazer um curso rápido, um bootcamp, uma imersão que pode fazer sentido para galgar uma vaga de entrada numa área nova. Por isso que falo sobre tratar ambos como um Produto Mínimo Viável, que forma o acrônimo MVP, em inglês. Para brincarmos um pouco, podemos dizer que é o nosso Currículo Mínimo Viável, ou CMV.

CMV: Currículo Mínimo Viável

Isto significa dizer que sim, você vai alterar e refazer seu currículo muitas vezes. Em um mês, eu contei e fiz OITO alterações no currículo. E o mesmo vai acontecer com o seu perfil no Linkedin. E tá tudo bem!

Longe de ser um artigo falando só sobre currículo - teremos no futuro, quem sabe? - resolvi fazer um checklist baseado na minha vivência:

  • Informações pessoais atualizadas (e-mail, telefone)
  • Design agradável (sem foto, hein?)
  • Informe suas duas últimas experiências profissionais - reescreva para destacar como elas contribuem para sua entrada em produto e use do poder de síntese dos bulletpoints)
  • Coloque sua formação acadêmica - se tiver muitas qualificações e cursos, selecione os mais relevantes
  • Não há necessidade de colocar softskills, ex: trabalho em equipe, inteligência emocional, etc - isso será testado em outras etapas
  • Suas hardskills e ferramentas precisam estar claras, mas lembre-se de organizar essas informações

Quer mais dicas? Confere essa postagem aqui no instagram do admina.

2. Saiba encarar a jornada de processos seletivos

Após ter seu currículo e Linkedin atualizados, começa a grande jornada para quem está em migração ou início na área de Produtos Digitais: os processos seletivos.

(In)Felizmente, esta é uma etapa necessária e, por vezes, exaustiva e desesperançosa. Não temos conhecimento de como funcionam os benditos algoritmos e a parte interna nas empresas e, com isso, tendemos a roer todas as unhas da mão (?) enquanto enviamos currículos, respondemos testes automáticos - de cunho, no mínimo duvidosos -, fazemos vídeos de apresentação, ligações de screening, fit cultural e outras tantas etapas que mais parece que estamos submetendo a uma vaga no Serviço Secreto americano.

Então a primeira dica é: persevere.

Quando comecei a me submeter, cometi o “erro” de fazer meus primeiros envios quatro dias após ser demitido e ter atualizado meu currículo/Linkedin num brainstorm. Bom, vocês devem imaginar que o resultado não foi lá muito bom…

A ausência de palavras-chave e erros esperados de quem ainda não tinha toda aquela mentalidade de trabalhar o CMV fizeram com que a minha caixa de e-mail com o filtro “Processos Seletivos” ficasse cheia de “NÃOs”. Quando eu falo cheia, é cheia MESMO!

Então, no parágrafo anterior eu já dei algumas dicas: criar um filtro para arquivar os e-mails dos resultados e também documentar o seu progresso.

“Documentar progresso? Você falou que recebeu ‘NÃOs’, isso lá é progresso rapaz?!”

Pense comigo, para cada “NÃO” você está próximo ao “SIM” e isto não é papo barato de coach motivacional, é real. Quando comecei a avançar para as fases de entrevistas eu tomei bastante pancada (lembre-se: perseverança) e fui corrigindo rota até conseguir contornar os pontos de atenção que recebia.

Uma das dúvidas principais de quem está em busca de recolocação são os níveis de senioridade e os requisitos de algumas vagas. Trago palavras de conforto: tem muita empresa que não sabe o que está fazendo. E ó, não é culpa delas, tá bem?****

Na real, não há culpados.

O mercado de tecnologia está vivendo um boom com a digitalização acelerada pela pandemia e este é um caminho sem volta. A demanda está alta e o mercado está escasso de bons profissionais. As barreiras geográficas foram para o espaço e quem é bom está sendo assediado pelo exterior e isso gera um efeito cadeia. Isso gera salários distorcidos, um “rouba monte” de profissionais seniores e pouca oportunidade para quem está começando.

E aqui entra uma outra questão: normalmente estão exigindo demais de quem está iniciando a jornada. Se uma pessoa é junior ou associate, significa que o grau de conhecimento na área (hardskills) ainda não está consolidado. Quando as vagas exigem certificações, domínios avançados de determinadas ferramentas ou métodos (frameworks) é um sinal de que estão requisitando não uma pessoa em início de carreira. Pode acontecer.

A grande verdade, pessoal, é que ninguém sabe ao certo como medir uma pessoa em transição de carreira.

Por vezes, a pessoa está começando na área de produtos, mas já tem contexto de Customer Success, ou vem da área de Experiência do Usuário (UX), ou de Analista de Negócios (BA), ou de Programação. Sabe? Como generalista por natureza, a gestão de produtos exige conhecimentos muito pulverizados e, talvez, sua experiência já te permita ser um pleno ou senior - e não um iniciante.

Ou seja, por vezes, o próprio candidato se diminui e se enquadra de forma equivocada.

Vejo pessoas deixando de submeter-se a vagas porque não tem todos os requisitos ou porque a vaga tem um nível pleno ou sênior. A dica aqui é: faz sentido? Submeta! Deixe que o processo seletivo te enquadre, depois. Acredite, você pode se surpreender com os resultados!

3. Paralelamente aos passos anteriores, faça networking

Se você chegou até aqui, parabéns, você é perseverante!

Vou ser bem direto nesse finalzinho. Se puder reter só uma informação de todo este artigo, ela vem a seguir: faça do networking um hábito.

Networking não é algo engessado, mandar mensagem a cada x tempo. É sobre ser humano, sobre escutar. Melhor livro já escrito sobre esse tema: Como fazer amigos e influenciar pessoas, do Dale Carnegie. Se não leu, leia. Se já leu, releia. Simples assim.

Se você está em busca de emprego, as pessoas precisam saber disso. Converse não só pelo Linkedin, mas com pessoas do seu círculo de amizade. Se coloque à disposição. Se está desempregado, use o tempo disponível ao seu favor. Crie alertas para vagas no Linkedin, acrescente pessoas das empresas que está submetendo, pergunte sobre o dia a dia delas, peça contexto. Adicione (e converse com) recrutadores, faça da sua recolocação uma tarefa ativa.

Crie uma trilha para que a vaga - o(a) recrutador(a), na real - te encontre!

Outra coisa importante: comunidades ou tribos.

Quando uma pessoa me pergunta o que acho dos cursos tarimbados (convencionais) na área de Produto, respondo que eles fazem sentido em dois aspectos:

  1. A pessoa não tem noção nenhuma de produto, não tem contexto nenhum, mas está decidida a migrar. O curso vai te ajudar a ter fundamentos, alinhar expectativas e te fazer começar a entender a posição;

  2. Networking. Todo curso online tem grupos das turmas (ou da empresa), mentorias, trabalhos em grupos, tudo isso acaba sendo uma rede rica de contatos que vai se formando e, se bem usado, pode ser o passaporte para o seu tão sonhado “SIM”.

Desde que resolvi migrar de vez para produto, conheci o admina casualmente. Preenchi o formulário (disponível aqui), entrei no grupo do whatsapp e agendei uma mentoria com a Jordana, vulgo Jô. Foi a partir desses passos que eu consegui atingir tudo aquilo que narrei para vocês nos tópicos anteriores. O admina, enquanto comunidade, trouxe-me senso de pertencimento. Permitiu que tivesse acesso a pessoas que estão na mesma jornada de crescimento, migração e autoconhecimento que eu. As trocas ajudam a quebrar a ansiedade e dão verdadeiros atalhos para o dia a dia.

Detalhe especial do admina é que tudo isto é gratuito!

Escrever este artigo é uma forma de retribuir tudo que esta comunidade significa para mim. Acredite em você, aceite e melhore a cada “NÃO”, pois o “SIM” está logo adiante. Continuem firmes!

Até a próxima!

Referências

Transição para a carreira de produto por Martina Scherrer

Como conseguir a primeira experiência na área de produto como PM/PO?

Como elaborar um currículo efetivo para vagas em Produto


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Olá, mundo!
Thiago Vieira

Thiago Vieira

Redator

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1
1. Seu currículo e Linkedin são seus primeiros MVPs
2
2. Saiba encarar a jornada de processos seletivos
3
3. Paralelamente aos passos anteriores, faça networking

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