Como fazer testes rápidos me ajudou nos processos de Discovery

Já participei de processos de Discovery que demoraram mais do que deveriam porque, quando nos deparamos com diferentes oportunidades para a resolução de um problema, não conseguimos ter evidências suficientes na hora de escolher entre os possíveis caminhos. Acredito que muito disso vem da dificuldade que temos de colocar as possibilidades à prova o tempo todo.

Fazer testes com mais frequência e de forma estruturada me ajudou a validar e a invalidar hipóteses mais rápido e a ter argumentos bem fundamentados na hora de tomar decisões. Ainda estou aprendendo a usar testes dentro dos processos de Discovery como uma das ferramentas para dar clareza do melhor caminho para seguir, mas deixa eu te contar um pouco do que já descobri.

Duas diretrizes que me ajudam muito na hora de elaborar testes:

1. Se perguntar: Qual a forma mais fácil de testar essa hipótese?

Se você elaborar um teste e verificar que é muito difícil de colocar em prática, repense!

É importante simplificar o teste, porque ter velocidade ao testar uma hipótese é essencial para desviar a rota o quanto antes, caso necessário.

Testar rápido para falhar rápido para aprender rápido e ajustar rápido!

Como o Greg McKeown fala no livro “Sem esforço”, às vezes a gente só está complicando demais as coisas, então se perguntar “E se isso pudesse ser mais fácil?” é uma forma de redirecionar o raciocínio e encontrar outras saídas para testar de forma simples.

Assim como ao elaborar um MVP a gente precisa passar um pente fino até chegar nas features realmente essenciais em um momento inicial, é importante ter esse olhar crítico ao elaborar os testes que nos ajudarão a chegar no mínimo necessário!

Exemplo: ao invés de fazer um Fake Door Test + uma Landing Page, construímos apenas o Fake Door + página do Survey Monkey, porque demoraria mais para construir a LP e precisávamos ser rápidos. (O que é um Fake Door Test? Veja aqui um artigo sobre o assunto)

2. Usar o Test Card para organizar as ideias

Para chegar a uma conclusão pertinente é importante deixar muito claro o objetivo do teste e como vamos saber se ele teve sucesso.

Uma ferramenta que me ajuda muito na hora de elaborar testes é o Test Card, apresentado no livro Value Proposition Design (leia mais sobre o Test Card aqui). Ele é composto por frases simples, mas que ajudam a direcionar o teste também nos fazendo pensar nos resultados que esperamos ter, para validar (ou não) a hipótese.

No artigo você vai encontrar o formato original do card, mas aqui segue um template que a Giovanna Trindade fez quando trabalhamos juntas:

Abaixo vou mostrar um exemplo de teste que rodei, com o Test Card já preenchido:

Pode ser que o seu primeiro teste seja inconclusivo?

Sim. Eu, inclusive, já fiz alguns testes que percebemos posteriormente que faltava um parâmetro essencial para termos uma conclusão robusta. Se esse for o caso, fique tranquilo! Repita o teste com parâmetros mais bem estabelecidos usando o que você aprendeu anteriormente. Lembra o “aprender rápido para ajustar rápido”?

Ah, e para fazer o Test Card é sempre legal reunir o time no Discovery - Produto, Design e Tech, por exemplo, porque traz muita riqueza para o processo. Não faça sozinha(o). Afinal, criar um ótimo produto e garantir seu sucesso é missão do time, não só da pessoa de Produto.

Bons testes e até a próxima!!